Além da faculdade: Caio Oliveira conta sobre suas atividades fora do campus
Quem pensa em estudar no exterior sabe que vai enfrentar grandes desafios, especialmente pela excelência acadêmica que vai encontrar por lá. E não está errado. Mas as novidades estão por toda parte e contribuem para o desenvolvimento pessoal e, um pouco mais à frente, profissional do aluno.
Por mais que os estudos exijam muito, há vida além da sala de aula e dos muros da universidade no exterior. E as experiências são extremamente ricas.
Experiências Fora de Sala de Aula
Caio Oliveira está no último semestre na Cornell University, onde faz double major em Economia e Matemática. A universidade é fortíssima e ele é um aluno extremamente dedicado aos estudos. Nessa entrevista ele nos conta como é a vida fora da sala de aula e como ela contribuiu para o seu crescimento pessoal e profissional desde que chegou aos Estados Unidos.
Daqui pra Fora – Você chegou na universidade sem conhecer ninguém. Como foi a integração?
Caio– Desde o começo, as faculdades lá fazem um esforço para que no freshman year (primeiro ano) todo mundo se conheça, desenvolvem várias atividades de integração. Eles sabem que vem pessoas de vários países, sabem como pode ser desafiador esse processo. Então, os alunos têm sim o apoio da universidade no começo. O importante é manter a mentalidade de querer fazer amigos e saber que todos lá querem também. Afinal, estão todos no mesmo barco. Eu, pessoalmente, fiz amigos no meu dormitório, em diferentes aulas, no refeitório… foi um processo natural.
DpF– O que você acha que mais aprende e ensina para esses amigos? Afinal, são todos bem diferentes…
Caio– Meus amigos são até de áreas diferentes da minha. Então a gente troca bastante figurinha em termos de aprendizado mesmo, parte acadêmica. Mas pessoas de outros lugares do mundo, que pensam diferentes, têm famílias diferentes, religiões diferentes. Então, você consegue conversar sobre tudo e sempre tem uma outra perspectiva. Eu tenho amigos que são muito ativos intelectualmente, leem livros, escutam podcasts, vão a museus… Não é muito o meu perfil, sou mais focado no acadêmico mesmo. Mas foi muito bom ter essa influência, me fez fazer coisas que eu não fazia.
Sobre o que eu ensinei para eles acho que está relacionado com o trabalho duro. Eles sempre viram desde o começo que eu ralava muito, gostava de ir até o meu limite para expandir esses limites. Acho que isso influenciou eles positivamente.
DpF – O que vocês costumam fazer quando saem do campus?
Caio– Cornell é bem ao norte do Estado de Nova York, um lugar frio. A gente fica na cidade, Ithaca, que é dividida em college town, onde os estudantes mais velhos moram e tem restaurantes, bares, etc., e o centro da cidade, onde moram os locais. A vida universitária acontece em college town, os restaurantes, bares e cafés ficam cheios de estudantes. É onde você conversa, conhece gente e pode até estudar também. A gente também viaja, geralmente para Nova York ou Boston, que são cidades que ficam a algumas horas de carro. Fora isso, o pessoal assiste bastante os jogos do time de ice hóquei da faculdade, que é o mais popular no campus, mas eu não costumo ir.
DpF – Que tipo de atividade você passou a fazer aí, que nunca fazia quando vivia em São Paulo?
Caio– Primeiro, cozinhar e lavar roupa. São coisas que tive que aprender a fazer. Depois, conheci lugares novos, vários, que eu certamente não teria ido se não estivesse estudando lá. Essa parte de gestão de moradia é importante. Uma outra coisa importante que fiz na faculdade é ir a eventos corporativos. As empresas vão o tempo todo no campus. São muitas. Tem feira de carreira, sempre tem muitas oportunidades, e eu sempre me inscrevi em todas.
DpF – Sobre as viagens que você mencionou anteriormente, como elas acontecem e para onde você foi?
Caio– Fui para vários lugares nos Estados Unidos. Eu conheci Kansas, diferentes cidades de Nova York, conheci Boston, New Hampshire… Estive em várias faculdades ao redor também. A gente viaja nos breaks, Fall Break, Spring Break. Sempre com os amigos da faculdade. Todas as comemorações, como Thanksgiving, por exemplo, sempre passei na casa dos meus amigos americanos, que sempre foram muito legais em me convidar. A experiência de conviver com a família americana também foi bem importante.
DpF – Como você acha que todas essas experiências contribuíram para o seu amadurecimento?
Caio– Me ajudaram bastante a abrir minha cabeça, a entender que isso existe, é parte do mundo, é o que acontece no país mais influente do mundo. Em termos de aprendizado profissional foi importante para eu entender como as pessoas se comportam lá, porque é muito diferente do jeito que as coisas são no Brasil. No Brasil há uma informalidade, as pessoas são mais próximas desde o início, enquanto nos Estados Unidos a etiqueta profissional é bem mais enfatizada desde cedo. O networking é bem forte lá também e isso deve contribuir muito na minha carreira. E tem ainda a questão da autonomia, de ter aprendido a me virar sozinho. É um amadurecimento natural. Na verdade, tudo contribuiu bastante e vale muito a pena.
Que tal entender um pouco mais sobre como um estudante pode entrar em uma universidade no exterior e ter essas e outras experiências únicas de vida? Veja como a Daqui pra Fora pode pode ajudar a chegar lá.